Junina Fogueirinha – PB – Filhos da Terreno! Antes da diadema, existia o Cocar!

A junina apresenta um espetáculo que faz uma jornada de reflexão sobre os povos originários.

O espetáculo inicia com um prólogo muito executado, ainda que em alguns momentos não fique muito simples qual a perspectiva ótica do espetáculo, se está sendo narrada pelo olhar dos povos originários ou dos invasores. Mas, isso não interfere no entendimento do prólogo.

A ingresso no arraial é arrebatadora, ouso expor que é uma das mais bonitas, fortes e com a melhor retrato do ciclo 2025.

O texto consegue de forma clara e inteligente justificar o trajo da prometida ser uma mulher branca. O conúbio é muito bom, embora a celebração poderia ter um pouco mais de desvelo no sentido de enfatizar todas as questões que se desenvolve anteriormente em relação aos noivos.

O par é muito bom, muito jovial e feliz, conseguem visivelmente imprimir um relação de afeto. Questiono somente o solo, uma valsa, numa tribo indígena?

Coreofraficamente a quadrilha é muito boa, muito potente, visceral, o figurino consegue valorizar ainda mais os desenhos. É muito bom de ver que a quadrilha não perde a vigor durante o espetáculo.

Muito inteligente a relação da fogueira com os povos originários e as sarau juninas. Colocando o espetáculo para comemorar também o São João.

O ritual do Toré é um dos maiores acertos do espetáculo, a dança em círculos e uso das matracas. Óptimo, nota 10.

A Rainha é muito boa, tem um ótimo desempenho, porém o contexto do personagem é pouco confuso. Há muita informação para alguma coisa que poderia ter uma solução simples, o direcionamento pelo marcador.

O marcador é magnífico. Conduz o espetáculo com maestria, fica muito simples o nível de consciência sobre todas as falas dele.

É talvez o término do desenvolvimento do espetáculo onde esteja o maior problema, as mortes trás ainda mais drama para um espetáculo que poderia revelar a alegria e resistência dos povos originários.

No entanto, é um espetáculo extremamente respeitoso e honesto com os povos originários. Uma forma assertiva de trazer o tema para o São João.

Grandiosa, corajosa, potente e educativa, viva Junina Fogueirinha.



criado por jurado junino

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