Santa Fé – AL – Galanga, Chico Rei.

A junina escolheu uma temática que exalta a ancestralidade e a tradição que envolve a cultura afro brasileira. Fez secção da nossa historia e dos nossos maiores, e nenhuma outra junina no Brasil teria a ousadia de trazer um tanto multíplice e com tanta identidade.

A quadrilha foi necessária, e logo na ingressão , com a fala do Griô, ja deixa evidente a motivação e a urgência da temática.

É impactante o momento em que a familia do Rei é jogada ao mar, o mar, inclusive, com um efeito lindo, é o palco para um dos atos mais fortes do espetáculo, mas, penso que num momento tão crucial, poderia lucrar uma dramaticidade ainda mais envolvente à trama. Possivelmente uma iluminação vindo debaixo do navio ajudaria a dar mais ênfase a nascente momento.

O Rei ganha influência no espetáculo junino e a escolha não poderia mais acertiva. Que artista! Atuando, dançando e fazendo a quadrilha lucrar sentido nesse espetáculo de pura visceralidade.

O espetaculo segue coeso mostrando desde a tomada, a travessia e a chegada ao Brasil com a ração de teatralidade no limite para que o tema seja percebido. O momento em que o açoitam no batismo, é crucial ao entendimento do espetáculo, e cá foram muito felizes.

Santa Efigênia aparece num momento de pura celebração e renascimento para aqueles que tanto sofreram com a escravidão e a quadrilha surge imponente celebrando a liberdade.

Surge o parelha de noivos com sua influência na historia. A Congada invade o arraiá e agora a quadrilha celebra a união responsavel direta por sua liberdade.

Os noivos na sua mais pura conexão evoluem de uma forma envolvente e apaixonante. É um evento historico a química deles desde seu primeiro ano juntos e a cada temporada.

A igreja de Sta. Efigência é o palco da linda sarau da quadrilha. A sensação que dá, é que se a quadrilha fosse inventada em solo africano, seria exatamente porquê a junina conseguiu retratar.

A quadrilha encerra com uma mensagem necessaria e atual, deixando marcado um legado para o ciclo junino com a fórmula, a coesão e a identidade de uma das maiores referências do São João do Brasil.

Estudo por @erickgbarbosa



criado por jurado junino

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