Século XX – SE – (Nordestino sim, Nordestinado não).
A junina apresenta ao São João um espetáculo em exaltação ao Nordeste, visto pela ótica de um grupo de andarilhos uma vez que um lugar independente e separado do restante do País.
O teatro de início é muito interessante, tem um texto simples e direto, explica facilmente temática e norteia todo o espetáculo.
A ingresso no arraial é muito poderoso, a junina invade o arraial afirmando a sua identidade nordestina e já mostra através da primeira coreografia a força do seu espetáculo.
É de uma virilidade muito peculiar das juninas sergipanas e que realmente arrebatam o público. Pisada poderoso, muito muito marcada, associadas as palmas extremamente fortes dos cavaleiros e toda junina cantando a plenos pulmões.
Coreograficamente a junina é correta. Não tem coreografias complexas, são simples, muito executadas, a junina tem alinhamento perfeito. Poderia fazer melhores desenhos, evoluções e movimentações, é verosímil perceber que o elenco daria conta dessa “inovação”.
Ponto cima do espetáculo são os noivos, um lindo solo, limpo, muito muito coreografado, muito bonito a dança das fitas dentro do solo. Óptimo. Nota 10.
A junina peca muito no enredo, a história, que tem tantas possibilidades para ser desenvolvida, é feita de forma superficial. Também questiono o porquê dos adereços de torres de virilidade éolica se a junina não explora isso no espetáculo.
O xaxado é de perder o fôlego, incrível, muito interessante e muito formosa a “disputa” coreografica dos dois brincantes, é um primor. O parelha de Lampião e Maria Formosa são espetaculares. Assistiria milénio vezes.
A junina termina o espetáculo numa grande sarau, muito poderoso, animada, feliz, a força da pisada no solo do arraial é lindo de se vê.
A Século XX, dança em pleno século XXI, com a fé de quem sabe que o São João é atemporal e está com ele nos seus pés. É um prazer assisti-los, sempre.
