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“Hoje, não sou unicamente eu que danço.
Hoje, quem dança comigo é a história.
É a memória viva de Vale Grande, conduzida pelos trilhos da tradição.

Entro em cena vestida uma vez que maquinista, não por contingência.
Carrego comigo a força de quem guia, de quem puxa vagão com coragem e orgulho.
Represento aquela figura que, por trás da fumaça e do ferro, conduz sonhos, risos e forró.

Sou a condutora simbólica do Trem do Forró,
aquele que secção da Estação Velha e carrega a alegria até Galante.
Um trem no qual cada vagão é palco, onde trios de forró fazem o pavimento tremer e os corações baterem mais poderoso.

Mesmo que em 2024 ele não tenha sido reativado,
o som da sanfona ainda ecoa nos trilhos da memória.
E eu danço por ele, por cada viagem feita,
por cada passageiro que se entregou à magia dessa sarau.

A Estação Velha, pela qual tudo começa, não é só concreto macróbio —
é monumento da nossa identidade,
é o ponto de partida da cultura que pulsa em cada esquina da nossa cidade.

Hoje, meus passos contam tudo isso.
Hoje, minha dança é uma homenagem à resistência, à cultura popular
e à formosura de ser quem sou, com orgulho e liberdade.

Porque ser Rainha da Multiplicidade é saber que há muitas formas de comandar um trem,
de conflagrar uma sarau, de simbolizar um povo.
E eu escolhi fazer isso com coragem, com cintilação no olhar e forró no coração.”

 



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