Junina Arrasta Pé – MA – A Cabeça do Santo.
A Quadrilha apresenta um espetáculo fundamentado no romance A Cabeça do Santo da escritora cearense Socorro Acioli.
Já no início do espetáculo é verosímil perceber que há uma preocupação da quadrilha em ser leal a história contada no livro. O teatro inicial é muito muito executado, dinâmico, fluido.
A ingresso no arraial é incrível, emocionante, a escolha da música foi muito assertiva. Impacta, trás uma trouxa emocional/afetiva muito poderoso. Seguida de uma explosão coreográfica.
Tem um ponto que pretexto uma estranheza, a música de ingresso, destoa muito das outras músicas, vozes, métrica e potência. Há uma “quebra” logo de início do espetáculo.
É muito bom de ver uma vez que a junina desenvolveu a história do livro ao longo do espetáculo, as pausas são muito muito feitas e dinamizam a apresentação.
Coreograficamente a quadrilha é muito boa, é verosímil perceber que em alguns momentos o alinhamento fica muito comprometido. Mas, a quadrilha evolui muito, faz ótimos desenhos e não perde a vontade em nenhum momento.
O marcador é supimpa. Conduz muito muito o espetáculo, consegue através das falas trazer pontos cruciais do livro. Anima a quadrilha muito muito, apesar de sentir falta da marcação básica, de comandos básicos.
O parelha de noivos é supimpa, seguros, alegres, firmes, muito bom de vê-los no arraial. No entanto o enlace fica muito comprometido, visto que ele é interpelado por uma personagem do livro.
E aí o enlace perde força, para a personagem executar um solo e um solo muito longo, que claramente não faria diferença se não tivesse no espetáculo. E a quadrilha ganharia muro de dois minutos de coreografia.
Ainda sim, quando realmente o enlace acontece, os noivos executam um supimpa solo.
A Rainha é uma grande revelação, notório que ela não tem terror de ousar, tem muito porvir pela frente.
Importante pontuar quão inteligente foi trazer a história do Samuel em paralelo à história dos noivos.
Ano pretérito na estudo, eu falei que a Junina precisava trazer um tema direcionado para o junino, aconteceu, é esse o caminho, e vai muito longe.
É, de roupa, umespetáculo primoroso de se vê.