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“Entre passos e cores: o reencontro comigo mesmo”

Houve um tempo em que os dias pareciam cinzas, mesmo sob o sol mais resplandecente. Contratar era um esforço, sorrir era um dissimulação, e viver… viver parecia um fardo pesado demais. A depressão me envolveu em silêncio, porquê uma névoa densa que me afastava de tudo e de todos — inclusive de mim mesmo.

Mas portanto veio o invitação. Um papel simples, um personagem na quadrilha junina que faço segmento. No primórdio, hesitei. Porquê poderia eu, tão quebrado por dentro, simbolizar alegria diante de uma plateia? Mas um tanto em mim — talvez um último fio de esperança — disse sim.

E foi ali, entre ensaios e risos, entre vestidos rodados e músicas animadas, que comecei a me reencontrar. O personagem que interpreto é potente, recreativo, pleno de vida. E, aos poucos, ele me emprestou sua força. Quando eu danço, não é exclusivamente ele no palco — sou eu, me libertando, me curando.

A cada passo marcado, a cada cena ensaiada, eu deixava um pouco da dor para trás. A quadrilha não é só um espetáculo. Está sendo meu refúgio. Foi onde encontrei guarida, amizade, e principalmente, onde voltei a me sentir vivo.

Hoje, ainda há dias difíceis. Mas agora eu sei: dentro de mim existe uma labareda que pode reacender. E foi no luz das festas juninas, no calor da fogueira simbólica do palco, que essa labareda voltou a rutilar.

Obrigado Chicó🩵



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