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Bairro Ellery – CE – (Espírito Lavada).

A junina apresenta um espetáculo sobre o Rio São Francisco, suas histórias, seus mitos e suas lendas.

O espetáculo inicia-se com um prelúdio do próprio Rio São Francisco falando sobre si.
O setentrião do espetáculo baseia-se numa promessa das lavadeiras, é um ato muito bonito, extremamente muito coreografado. No entanto, é um ato em que não há premência da presença do marcador, vestido de índio.

A junina termina o primeiro ato de forma muita festiva, lavadeiras e pescadores celebrando o Rio.

Os noivos surgem, adultos, o teatro a seguir é óptimo, norteia a sequência do espetáculo, é de fácil compreensão e muito pontual.

A junina reaparece já com o figurino principal e de forma muito visceral, declamando a “Reza de São Francisco”. É um importante sobresair que embora essa prece seja atribuída ao Santo, ela não é uma prece escrita por ele, nem feita em homenagem a ele.

Coreograficamente a junina é muito boa, enérgica, feliz, poderoso. Faz evoluções muito executadas e tem um ótimo alinhamento.

Interessante a ingresso do personagem que faz referência ao orixá Oxum, mas é questionável o momento que surge no espetáculo, exatamente no momento que a quadrilha está cantando Opará, nome oferecido pelo índios ao Rio e que não tem nenhuma relação com a religião de matriz africana.

A teoria de trazer as carrancas e a forma com que estão no espetáculo é óptimo. Parabéns.

O parelha de noivos é o grande sucesso do espetáculo, os dois são incríveis, atuam muito muito, são extremamente conectados e exímios dancarinos, no entanto a música do solo deles, não conversa com a temática e com a história contada no início.

O marcador também é muito bom. Muito visceral, percorre todo o espetáculo. Marca, sem voz, mas com muita atitude e firmeza.

A teoria de trazer o acidente de Brumadinho com a Rainha é óptimo, o solo dela é bom, focado basicamente nos giros, que ela cumpre com maestria.

Por termo, é um bom espetáculo, bom texto, um bom desenvolvimento temático, mas com algumas lacunas, uma delas é o tema, Espírito Lavada, que acaba ficando solto no espetáculo.

No mais, é mais uma linda homenagem ao Rio que dignifica o povo Nordestino.



criado por jurado junino

8 thoughts on “Bairro Ellery – CE – (Alma Lavada). A junina apresenta um espetáculo sobre o Ri…

  1. Grato ao comentário , trouxe os índios pq além da lenda onde o rio nasce através do choro de um Índia nunca já mais poderíamos esquecer que foi um dia que deu o seu nome
    Como foi citado , e como podemos deixar de fora do espetáculo indio aquele que quando os navegadores o descobriu já estava lá ?
    E nome alma lavada é um ditado popular da região dos ribeirinhos onde habita mais de 2.000 lavadeiras no riacho do navio , com as pesquisas tinha o hino de alma lavada , que seria a forma de aproveitar a lavar suas roupas e também é lavar na beira do rio assim terminariam o dia de alma lavada 🌊💙 gratidão 🙏…..

  2. Admiro muito as resenhas do @juradojunino é um meio de se aprender ainda mais sobre São João e espetáculos, além dos textos serem de grande respeito a cada grupo citado é uma oportunidade de não só o grupo mas nós criadores de São João aprendermos lendo os pontos citados nas resenhas 👏

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