Lageiro Seco – João, A Festa do Menino Rei. A quadrilha apresenta uma jornada e…

Lageiro Sedento – João, A Sarau do Menino Rei.

A quadrilha apresenta uma jornada emocional e saudosista dos símbolos das festas juninas. É uma celebração e ao mesmo tempo um manifesto sobre a escassez da estrela principal do festejo: São João.

O espetáculo inicia com um teatro, o texto é bom, didático, comunica claramente a mensagem que o tema quer passar.

A ingresso no arraial é sempre muito potente, prende o público, arrepia. A fogueira e o promanação de São João aparecem logo na ingresso para introduzir a narrativa. No entanto, há uma inconsistência: o personagem de São Pedro já é mostrado adulto, quando, na mesma estação, ele teria idade próxima à de São João. Aliás, Santo Antônio, que também participa da cena, viveu quase milénio anos depois dos dois.

Coreograficamente a quadrilha é uma potência, o BPM muito tá, muito poderoso, o grupo acompanha e canta o tempo todo. Tem um alinhamento incrível e erra pouco. É muito bom de observar.

Penso que não seria necessário, de concórdia com a temática do espetáculo, as coreografias do Carimbó e o Maracatu.

Parelha de noivos é muito bom, ele puxa muito ela pro espetáculo, o enlace também é muito muito estruturado. Mas, essa força do par poderia insistir todo o espetáculo. É importante.

O figurino é muito lindo, tem um efeito visual incrível no arraial, muito assertivo.

O espetáculo é quase um resgate ao São João de décadas detrás, e aí no momento que o trio de forró surge no arraial, o regional continua tocando com a orquestra completa. Seria um momento incomparável, o regional escoltar os instrumentos que estão no ato.

A Rainha é muito boa, tem uma personalidade muito dela, muito pessoal e isso é muito bom de ver no São João. Mas, o primeiro figurino, junto com a tira, deveria ser o figurino principal. Casaria perfeitamente com o tema.

E quando a quadrilha encerra o espetáculo com a presença de Seu Luiz, Baluarte do São João do Brasil, 90 anos de idade, fundador do grupo, é o pretérito apontando os passos para o porvir.

Um homenagem em vida a ele, que nesse espetáculo é Rei, é Menino e é João.

criado por jurado junino