Unidos em Asa Branca – SE – (Mubika – Livre para amar). A junina apresenta um e…

Unidos em Asa Branca – SE – (Mubika – Livre para amar).

A junina apresenta um espetáculo dramático, f
fundamentado na estação da escravidão e exploração do povo preto nas colheitas de algodão.

A junina começa o espetáculo com um diálogo entre uma garoto e idoso, ele sábio, é o fio condutor da história do par de noivos.

A seguir, os horrores da escravidão surgem no arraial, numa encenação que desconcerta e inquieta, muito possante, visceral, denso, mas, necessário, fundamental e urgente.

Ao estrear a dançar a junina apresenta um BPM muito tá. Embora a quadrilha consiga escoltar coreograficamente, a junina “sofre” para evoluir com tamanha rapidez das músicas.

Extramente poético, se não, o momento mais bonito do espetáculo as damas vestindo suas saias em pleno o arraial. Provenientes do algodão colhido na sua labuta! Lindo!

O par de noivos é incrível, ela, espetacular. Não há uma fala sequer deles, mas, a atuação é tão incrível que não faz falta alguma.

Porém o tálamo é inexistente, não há benção de quem quer que seja. Somente o marcador anuncia: tálamo. E os noivos vão para o solo, e num espetáculo tão rico musicalmente, a música escolhida poderia ser muito mais tematica. Uma grande lacuna.

A junina completa no arraial é linda, colorida, jubiloso, muito coreografada, faz excelentes evoluções e tem um alinhamento incrível.

É um espetáculo incrível, no entanto, falta a relação com o São João, apesar de trazer todos os ritmos exigidos, não existe o momento de relação do tema com o junino. Apesar de lindo, nem o figurino consegue fazer essa relação, principalmente o masculino.

O final libertador é lindo, jubiloso e feliz. No entanto a junina deixa mais uma vácuo ocasião, o espetáculo que começa com o avô e sua neta, deveria terminar com a presença de ambos juntos ao par de noivos.

Vivemos tempos sombrios, atos racistas estão cada dias mais comuns, trazer à tona os horrores da escravidão é importantíssimo para tentar trazer consciência a população.

Essa desconstrução da quadrilha é primorosa, assertiva e pontual. O caminho é esse.

Se Mubika é livre para amar, a Unidos é livre pra voar.

criado por jurado junino